O sucesso da etapa online do Congresso Mundial de Águas Subterrâneas, que aconteceu de 21 a 24 de setembro, surpreendeu até os mais entusiastas do universo digital. Quatro dias de atividades na web foram suficientes para transformar o Congresso Mundial de Águas Subterrâneas, fruto da junção dos eventos da IAH, da ALHSUD e da ABAS na maior comunidade de hidrogeologia do mundo, com a participação de mais de cinco mil pessoas.
Inicialmente programado para 2020, os promotores se depararam com a impossibilidade de realização por conta da Pandemia. A decisão da ABAS foi inovar ! Em vez de cancelar, adiar, decidiram estender o prazo de realização e o Congresso já começou.
Foi dividido em duas fases, sendo a primeira, totalmente online, iniciando exatamente nas mesmas datas em que o congresso estava programado – 22 a 26 de setembro de 2020 – que segue até o dia 20 de agosto de 2021 quando passa a ser realizado em formato híbrido (presencial + online) entre os dias 22 e 27 de agosto de 2021.
Diante de toda estratégia criada, atingimos números superlativos, 5000 pessoas assistindo o evento online em tempo real, outras 5000 assistiram depois, mais de 900 pessoas participam dos 10 grupos de Whatsapp que preparam a programação do Congresso e o aplicativo do evento já conta com mais de 500 downloads.
“Foi um desafio gigantesco, diz o presidente da comissão organizadora do congresso Everton de Oliveira. Tivemos que deixar de lado toda nossa longa tradição de eventos presenciais e encontrar rapidamente as alternativas e os conteúdos para manter vivo os nossa meta de comprovar as vantagens do uso legal e sustentável das águas subterrâneas, no Brasil e no mundo. Precisamos de muito empenho e persuasão para levar o evento adiante. Nossos patrocinadores e apoiadores compreenderam isso e o resultado não poderia ter sido melhor.”
Ricardo Hirata, presidente da Comissão Científica do Congresso concorda. “Os resultados dessa fase de abertura virtual são a prova de que a comunidade geológica e mundial soube tirar proveito de uma situação extremamente difícil e se reinventou. O congresso conseguiu tudo o que se almeja num evento desse tipo: participação de grandes personalidades internacionais e brasileiras e uma interação fantástica do público, tanto assistindo aos painéis como fazendo perguntas e debatendo pelo chat.”
Já o presidente da ABAS e do Capítulo Brasil da ALHSUD, José Paulo Netto, cuidou de colocar na mesa as questões relacionadas ao uso de Águas Subterrâneas no Brasil e no Mundo, suas relações com o Saneamento, além de questões Legais ligadas ao Novo Marco Regulatório do Saneamento do Brasil, publicado em Julho 2020.
Aquecendo os tambores
Com o término da abertura online do congresso no dia 24 e um grande crescimento no número de engajamentos e adesões, as entidades, juntas, passarão a realizar, uma série de seminários virtuais sobre temas de interesse da comunidade hidrogeologia brasileira e internacional.
A programação prevê, na primeira semana de cada mês, temas nacionais com apelo mercadológico. Na segunda quinzena trará assuntos técnicos e científicos de interesse mundial, sempre com tradução para Inglês, Espanhol e Português. O primeiro Webinar será no dia 8 de outubro, às 17h10 e vai discutir Teste de Vazão e Dimensionamento de Bombas, que contará com a palestra do Consultor Ivanir Borella Mariano e os representantes das principais indústrias fabricantes como debatedores.
Os webinars funcionam como uma espécie “aquecimento” até o grande Congresso presencial abrir suas portas em São Paulo, onde testamos a aderência dos temas e das inovações trazidas para a realização do evento híbrido que acontece no Espaço Arca de 22 a 27/08/2021..
O tema central escolhido para essa edição se relaciona com o momento que os setores produtivos, principais usuários de águas subterrâneas, vivem:
ÁGUAS SUBTERRÂNEAS 4.0: CONECTADA, VISÍVEL E ÉTICA.
Sobrevivência do planeta em debate
Para o presidente da ABAS / CEO da MAXIAGUA, José Paulo Netto, os resultados positivos da edição online foram garantidos pelos tópicos tratados e pela presença dos TOP 10 do setor o maior motivo de mobilização. Nomes como John Cherry, a maior autoridade em Hidrogeologia do Mundo, do professor Stephen Foster da University College London, Emilio Custódio professor da Universidade Politécnica da Catalunha, Espanha, Alice Aureli, da Divisão de Ciências da Água da UNESCO, Tusharr Shah do Water Management Institute, dentre outros, empolgaram o público e geraram muitas adesões à causa das águas subterrâneas no Brasil e no mundo.
“Os temas Brasileiros não deixaram nada a desejar, ao contrário”, a apresentação sobre Águas Subterrâneas e o Saneamento, sozinha teve mais de 1.200 visualizações, afirmou o presidente da ABAS. “Por aqui, diz ele, a cereja do bolo foi o debate sobre as conquistas alcançadas com o Novo Marco do Saneamento sancionado em julho deste ano. A inserção do 11º no artigo 45, da Lei 14.026/2020, assegura aos usuários o direito de fazer uso da água subterrânea e perfurar poços, mesmo em áreas urbanas onde já exista rede pública de distribuição de água. Esta é uma das vitórias mais expressivas dos últimos tempos para as Águas Subterrâneas e seus usuários.”
Águas subterrâneas, pobreza e a exploração em áreas complexas
Assim como em toda a programação, os painéis do último dia da fase de abertura do congresso inquietaram a audiência e geraram discussões altamente produtivas e colaborativas.
O painel que discutiu a relação entre águas Subterrâneas e a pobreza, coordenado por Roberto Kirchheim, pesquisador em Hidrologia do Serviço Geológico Nacional, reuniu debatedores de altíssimo nível e de vários continentes: Tusharr Shah, da Ìndia diretor de Gestão Rural Internacional do Water Management Institute; Jürgen Malhlknecht, do México, presidente de pesquisa em Ciência e Tecnologia da Água de Monterrey (ITESM), diretor fundador do Centro de Água para a América Latina e o Caribe; e Dr Kevin Pietersen, da África, que entre outras atribuições, liderou a equipe que trabalhou na compilação do Mapa de Hidrogeologia da SADC – Secretariado da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral até 2017.
Os debatedores fizeram uma radiografia precisa e atualizada das regiões em que exercem suas atividades como pesquisadoras, apontando características e apresentando as alternativas encontradas para apoiar as comunidades para a utilização adequada das águas subeterrâneas. O ponto comum: problemas de gestão e governança e a necessidade urgente de conscientização e educação para que essas populações – incluindo o Brasil – possam de fato revindicar seus direitos sobre o recurso.
O último painel – Hidrogeologia em áreas Complexas: por que vivemos mais da sorte do que da técnica, se tornou mais um “case” de sucesso do congresso.
Coordenado do pesquisador da UNESP – Didier Gastmans, Edson Wendland, diretor da EESC- USP e Gerson Cardoso, Professor da UFRJ, os debatedores demonstram as vulnerabilidades de trabalhar em áreas fraturadas. Descarta totalmente o fator o “fator sorte” tanto na exploração das águas subterrâneas quanto na perfuração dos poços. Segundo os especialistas, a tecnica aliada à gestão eficiente é absolutamente essencial.
Todas as atividades da etapa virtual do congresso já estão disponíveis gratuitamente em https://iah2021brazil.org/
App do Congresso: disponível em IAH 2021 Brazil Congress
Seminários Quinzenais: a partir de 8 de outubro 2020 às 17h10
Congresso Mundial de Águas Subterrâneas
ONLINE: 21/09/2020 até 20/08/2021
HÍBRIDO: 22 a 27/08/2021, no Espaço Arca, São Paulo
Entidades organizadoras: ABAS – https://www.abas.org/;
IAH – https://iah.org/ e AHLSUD http://www.alhsud.com/
Mais informações: Cristina Bighetti – Cristina@timepress.com.br ou bighetticristina@gmail.com
WhatsApp – + 351 927.253506 – Portugal